segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ATAQUE DE TRAÇA



Este fim de semana novo problema no meu apiário… Traça!!

Já tinha lido sobre este problema e até já tinha contactado com este problema, quando um amigo meu me ofereceu umas caixas que eram dos seus pais e que já não eram abertas há cerca de 6 anos. Na altura já tinha ficado impressionado com a gravidade deste problema e tinha pensado… “Só espero nunca passar por uma situação destas com as minhas caixas…”

A verdade é que estou a passar por este problema na única colmeia que tinha comprado, ou seja a primeira a chegar ao meu apiário, que foi comprada em Fevereiro deste ano.

Tendo-me debruçado sobre este problema neste últimos 2 dias, foi possível observar que para se dar um ataque de traça é preciso verificarem-se algumas condições, nomeadamente:
- Falta de arejamento na colmeia;
- Excesso de humidade na colmeia;
- Colmeia instalada em local sombrio;
- Enxame fraco que não se consiga defender;
- Presença de ceras velhas;
- Falta de maneio adequado;

Neste caso, parece que houve uma série de questões que tocam nos pontos referidos anteriormente senão vejamos…

1 – Adquiri a colmeia (lusitana) em Fevereiro de 2012, que ao nível de caixa vinha como nova e o enxame vinha bastante forte.

2 – A força e tamanho do enxame levou-me a colocar uma meia alça no início de Março, que rapidamente ficou cheia de mel, tendo inclusivamente havido postura de rainha num dos quadros.

3 – Como havia postura num quadro da meia alça, optei por colocar uma alça de reversível, para fazer um sobreninho à colmeia lusitana, que ficou lá desde finais de Abril, tendo na altura da cresta verificado que estava repleta de mel, que acabei por deixar para reserva de alimento para esta colmeia ou para outras que necessitassem.

4 – Desde a colocação desse sobreninho, em Abril, que não inspecionava o ninho, porque a colmeia produziu bem, havia muita população e nunca pensei que pudesse ter problemas no ninho. – ERRO!!

5 – A existência de um sobreninho feito com uma alça reversível dificultava o maneio, por se encontrar cheia de mel, que obviamente me desmotivava a levantá-lo. ERRO!!

6 – Como entretanto efectuei maneio ao ninho percebi que as ceras já deviam ter algum tempo, tendo em conta que todos os quadros estavam bastante escuros, incluindo os das pontas, pelo que devia ter iniciado a substituição/renovação das ceras, o que não fiz. – ERRO!!

7 – Esta colmeia apesar de estar num sítio onde o sol bate, não é de todo o local no apiário onde há mais incidência de sol, dada a presença de oliveiras. – ERRO!!

Identificados os meus erros, que em suma se traduzem em excesso de confiança e no nacional “porreirismo” obrigaram-me hoje a uma intervenção que não sei qual irá ser o resultado, mas que por aqui irei dando conta.

A intervenção hoje baseou-se na abertura da caixa, que já estava desde sexta-feira passada sem sobreninho, que se encontra de “quarentena” para verificar se há eclosão de ovos de traça… Se não houver, vou aproveitar os quadros com mel para reforçar as outras colmeias, mas caso haja eclosão de larvas, vou ter de analisar o assunto.

Da abertura da caixa, deixo as fotografias que “ilustram” a situação…










Extraordinário que no fundo da caixa, para além de muita cera roída encontrei uma das lagartas responsáveis pelos estragos, que as nossas amigas estavam a tentar expulsar para fora da caixa, como mostra a foto…


Posto isto, passei a uma análise quadro por quadro, para verificar a profundidade dos estragos, que se resumem da seguinte forma:
- 4 quadros completamente “minados” que foram retirados da colmeia.
- 2 quadros com bastantes reservas de mel, que por não terem vestígios de traça, foram aproveitados.
- 4 quadros que foram aproveitados, depois de terem sido limpos com a ajuda de uma faca, tendo cortado todas as partes em que havia vestígios de traça.

Peguei na caixa e passei-a completa e prolongadamente com o maçarico para eliminar alguns ovos que ainda por lá estivessem e que não tivessem eclodido.

Com base nisto e porque havia criação em vários estádios (incluindo ovos do dia!), apesar de não ter sido possível encontrar a rainha, decidi juntar estes 6 quadros a partir do lado esquerdo, como se estivesse a elaborar um desdobramento… Foi pena não ter um núcleo lusitano, pois teria passado esses quadros para lá, mas quando não temos cão… Caçamos com gato!!

Não sei se adoptei os procedimentos mais adequados perante a situação, pelo que resta aguardar alguns dias para ver como a situação evolui, embora a minha esperança não seja muita quanto à salvação desta colmeia… O tempo ditará a sua sorte.

Saudações Apícolas!!

3 comentários:

  1. Matar rainhas apos a cresta! alimenta-se a colmeia e na semana seguinte mata-se a rainha velha. Elas fazem uma nova, forte e vigorosa. Axo que lhe tinha deixado este comentario logo no inicio do blog.
    Agora o melhor é ver se alguma doenca la anda. e se nao andar, é dar a criacao selada a outras colmeias e bater o enxame para o chao. Custa!! eu sei..mas fortalece as outras :)

    Abelhasdoagreste

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  2. Olá João , bem devo dizer que teve azar e que para isso acontecer é porque algo se passa com esse enxame .... um enxame normalmente quando está saudável e forte nunca deixa isso acontecer , conheço enxames que estavam abandonados há 2 anos em colmeias com 2 alças em cima e sem traça.
    Veja se esse enxame não tem doenças , se não está zanganeiro ou se a rainha não está esgotada.

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  3. Olá a todos!:)
    _ Quanto a esta situação sou da mesma opinião que o Samuel- algo se passou neste enxame para passar de muito forte para ficar nesse estado... em relação a traça...

    Varroa ??? declínio da população activa.. se não fez maneio desde Abril...parto do principio que n lhe fez tratamento..e como tal as defesas do enxame diminuíram.. e a traça está sempre pronta...

    Quanto à traça entra em todo lado, claro que as consequências não são desta proporção como é lógico:))

    - já puder observar colmeias repletas de abelhas e em plena forma e ver traça no meio da criação - larvas de borboleta - incrível mas é verdade - basta uns dias de temperaturas mais baixas e de menor actividade das abelhas que a traça aproveita e entra..

    Saudações Apícolas

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