quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

UM NATAL DIFÍCIL…

Há algum tempo que por aqui não escrevia, mas a verdade é que também não tem havido motivos para tal.

Desde o meu último post aconteceram algumas mudanças, mas que nada têm a ver com as abelhas.

Sobre as abelhas apenas há a dizer que este ano optei por não crestar, dado que o ano apícola foi difícil por estes lados, não existindo mel em quantidade que me levasse a tomar a iniciativa de realizar essa operação.

As poucas reservas que as abelhas conseguiram juntar, optei por deixá-las ficar para o período do inverno.

Porque as reservas eram poucas, tenho alimentado as colmeias com regularidade para ver se resistem nestes tempos de frio e de escassez de alimento.

As coisas não têm corrido mal e elas lá se vão aguentando…

Mas este Natal de 2013, fica para a memória, afinal as condições climatéricas que se têm feito sentir também não pouparam as minhas abelhas.

O meu pai já me tinha dado conta de uma intervenção que teve de realizar de urgência, colocando blocos de cimento por cima do telhado das colmeias, dado que ontem um deles tinha “fugido” com o vento.

Confesso que fiquei um pouco mais descansado, após a intervenção do meu pai, que seguramente haveria de evitar que os telhados das caixas continuassem a voar.

Eis quando a minha “melhor prenda” deste Natal, foi o telefonema da minha mãe esta tarde, dando conta que uma das colmeias havia tombado completamente com o forte vento que se fazia sentir e que o meu pai andava aflito a tentar remediar a situação.

A verdade é que a colmeia que mais reservas tinha virou completamente, tendo o ninho e o sobreninho se desmoronado completamente, havendo quadros espalhados por todo o lado.

De imediato “interrompi” os festejos de Natal e percorri num ápice os cerca de 200 km que me separavam do meu apiário, para me inteirar completamente da situação e poder tomar alguma medida que pudesse reverter o infortúnio.

Chegado a casa já sem luz do dia, porque estes dias pequenos são uma treta, fui de imediato para o apiário ver como estavam as coisas e tentar melhorar alguma situação que o meu pai tivesse deixado menos bem, dado que ele não é apicultor, não percebe nada de apicultura, tem um medo terrível de abelhas e não pode ser mordido por causa da sua alergia.

As coisas até estavam arrumadas, os quadros estavam no sítio certo, tendo curiosamente deixado os quadros com criação em baixo e reservas em cima… Havia abelhas… Alguns quadros de reservas “feridos” dos trambolhões, mas as coisas até estavam todas direitinhas.   

Enfim… Resta agora esperar uns dias para ver se a rainha se aguentou ou se morreu com toda a confusão, para perceber se a colmeia está ou não perdida.

Caso não haja rainha, vou ter de desfazer a colmeia, distribuir as reservas pelas outras colmeias e esperar que não volte a acontecer, pois não é tempo de fazer rainhas novas, atendendo à sua dificuldade em fecundar.

A vida de apicultor é mesmo dura… Os bichos de duas pernas, os bichos de quatro pernas, o frio, a chuva, o vento, o calor, o fogo, a falta de floração, as doenças… Demasiadas variáveis para se conseguir controlar em pleno a situação.

Fica uma palavra de grande agradecimento ao meu pai pela sua coragem, empenho e trabalho na tentativa de ajudar a resolver a situação, mesmo não percebendo nada da atividade e sendo alérgico à apitoxina, bem como à minha namorada e restante família que me viram sair a correr este Natal, para salvar as minha abelhinhas.

Uma palavra também de força e coragem para todos os apicultores, que tal como eu, também tiveram perdas no seu efetivo devido às difíceis condições atmosféricas destes últimos dias.

Apesar de tudo… UM FELIZ NATAL e um BOM ANO NOVO!!!

Saudações Apícolas!!